África: Alegria e miséria

 Por: Edcleoson Lopes Maciel

Ultimamente, lendo Mario Smith (aqui amigos, vale a metonímia) lembrei-me de que, por mais que todos os liberais e neoliberais bombardeasse criticamente a União Soviética, foi ela que mais condenou o racismo na África, e principalmente na África do Sul.

O PCA (partido comunista da África do Sul) e seus ideais de esquerda, que, diga-se de passagem, possuía vários membros de origem caucasiana, foi o partido que se posicionou claramente contra o regime apartheid e o contra governo racista africano.

Justamente por isso, óbvio, os EUA e a Inglaterra fizeram enormes ameaças ao PCA, eles temiam que o fim do apartheid fosse o inicio do socialismo na África do Sul, não devemos nos esquecer que estamos em meio a uma “guerra fria”, uma guerra ideológica.

Lembro ainda que, com o fim da URSS, os EUA não precisaram mais temer que a África do Sul tivesse um governo com participação dos comunistas, então, os nortes americanos apoiariam o discurso anti-apartheid para “sair bem na foto”.

Embora hoje o clima seja de “copa do mundo”, jornais, revistas e os noticiários da tevê, falam a todo momento da África do Sul como sede do campeonato de futebol mais importante do mundo, entretanto nem sempre foi assim. As noticias sobre a África costumavam ser muito tristes. Normalmente falavam de alguma epidemia de fome, guerra civil, doenças, etc... voltarão a falar a disso, esperem mais alguns meses.

Repare, quando eles se referem a fome, colocam a culpa na seca, por sua vez, quando citam as guerras, acusam os africanos de serem povos agressivos, sem educação ou ocupação.

O que trago para o debate é justamente essas questões, de fato, a causa disso tudo é um reflexo natural da ação do homem, ou tem fundamentos políticos?

Historicamente falando, a maioria dos problemas africanos tiveram origem com a colonização europeia. E grande parte de sua estrutura fundiária está nas mãos de empresas estrangeiras que as utiliza para a exportação, o que isso significa? Significa o monopólio na produção de matérias-primas, essas por sua vez, poderia aquecer o mercado interno, porém, está sob controle dos monocultores, ou seja, ao invés de alimentar os povos africanos, servem para abastecer o consumo internacional dos grandes centros urbanos.

A coca cola, que faz propagandas eloquentes sobre a importância de ser torcedor, cedeu subsídios financeiro aos EUA apara financiar a guerra ao Iraque, por exemplo.

Portanto caro leitor, não quero que você seja a solução dos problemas daquele continente, quero que você não colabore para esmagar ainda mais aquele povo, cabe a cada um de nós, consumidores deste planeta globalizado procurar saber sobre a consciência social das empresa multinacionais quando adquirimos algum produto, atenção quanto à maneira de produção e extrativismo.

A copa ate pode ter um charme especial, motivador, alegre, mas não foge aos padrões capitalistas que esmaga e e esconde do mundo a condição social de nossos irmãos, o mundo nasceu na África e enquanto você achar que o problema não é seu, automaticamente, ele se socializa.